domingo, 24 de fevereiro de 2013

Sobras: As Aventuras de Pi, Argo, Caça aos Gângsteres e O Voo

De vez em quando não dá pra ver todos os filmes estreantes. A gente chegou a essa conclusão depois de perder algumas estreias em semanas lotadas de novidades. Para acabar com esse problema, O Nerd Contra Ataca estréia a seção Sobras no nosso site, onde vamos postar pequenas críticas dos filmes perdidos que só conseguimos ver depois!

Vamos às sobras:

As Aventuras de Pi

Baseado no livro de Yann Martel, a história do náufrago vivendo em alto-mar com um tigre é cativante, mas acaba sendo prejudicado pela combinação da segunda história, contada após o resgate, e a ilha viva, tirando do espectador a crença de que a história contada ali é real. Com auxílio de efeitos visuais extremamente bem feitos (destaque para o tigre), Ang Lee consegue sair do "filme auto-ajuda" e entrega mais uma vez um belíssimo filme de superação. O 3D não é um ponto alto (apesar de ter deixado algumas reclamações de enjoo por alguns pagantes), mas tem um papel interessante na hora de deixar ainda mais real e belo os efeitos apresentados. As Aventuras de Pi consegue surpreender, mas se prejudica na hora de colocar em xeque tudo ali apresentado.

Nota: 7/10

Argo

Quem disse que Hollywood não salva o mundo? Em sua terceira aventura na direção, Ben Affleck traz a história dos 6 reféns resgatados pela CIA, disfarçados de equipe de produção de um filme de ficção científica, em meio ao caos da Revolução Iraniana. Bastante tendencioso na hora de tomar o lado dos EUA na situação (provável fator da expulsão de Affleck do Irã), Argo acerta muito bem na ambientação do começo dos anos 80 (destaque para a trilha sonora, que vem até com Van Halen, e para a fotografia, estourando algumas cores) e a tensão (a cena do avião é impressionante de causar tanta aflição no público). Mas as palmas ficam para Ben Affleck, que entra de vez no mundo dos diretores, abandonando a aura de ator galã.

Nota: 8/10


Caça aos Gângsteres

Depois de ver a Universal em 2009 entregando um excelente filme de gângsteres, a Warner correu atrás e lança 3 anos depois o seu filme do gênero. Caça aos Gângsteres poderia ter sido também um excelente filme, se não fosse o roteiro: cheio de falhas e furos, o espectador não consegue acreditar em absurdos como um prédio da máfia guardado por 3 capangas ou o sacrifício do amigo de Jerry Wooters (Ryan Gosling) em troco de absolutamente nada. Outro ponto que deixa a desejar é a fotografia, que não sabe aproveitar a boa ambientação e acaba caindo em slow-motions, não cabíveis para um filme noir como Caça aos Gângsteres. Mas o elenco parece não saber que tudo está caindo aos pedaços, e entrega ótimas performances, com destaque para Sean Penn (Tornando o fraquíssimo Mickey Cohen em algo a ser percebido) e Josh Brolin (Acertando o tom entre o sério e determinação). Uma pena que Caça aos Gângsteres fique por aí, trazendo nada novo e ao gênero de filmes como Intocáveis e O Poderoso Chefão.

Nota: 4/10

O Voo

É até estranho ver o diretor Robert Zemeckis voltando a dirigir um live-action depois de 13 anos. Célebre por ter dirigido filmes em CGI como O Expresso Polar e A Lenda de Beowulf, Zemeckis volta à realidade com a história de Whip (Denzel Washington), piloto que salva milhares de vidas ao manobrar um avião em queda e acusado posteriormente de estar drogado e bêbado enquanto pilotava. O roteiro tem pequenas falhas de personagem, como a cena no funeral de uma comissária de bordo, mas é suficiente para deixar o público interessado. Denzel Washington até entrega um Whip convincente, mas as atitudes de seu personagem são tão ilógicas que ele perde o carisma, e não adianta vir no final com atitudes nobres para compensar isso (outro defeito de roteiro, que não deixa o espectador entender a decisão de Whip). O Voo ao final almeja ir alto, mas apenas voa baixo o suficiente pra render o ingresso.

Nota: 5/10

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