segunda-feira, 18 de março de 2013

Crítica: Oz - Mágico e Poderoso

Sam Raimi não consegue se expressar enquanto Disney aposta no seguro

É até estranho que a Disney tenha lançado só agora mais um filme de conto-de-fadas repaginado. A situação só fica mais esquisita pois foi a própria empresa do ratinho que iniciou essa onda - e muito bem, por sinal - com Alice no País das Maravilhas.
Dúvidas a parte, a rica companhia lança agora Oz - Mágico e Poderoso, um prelúdio à história do Mágico de Oz. Focada no personagem do título, a trama é bem simples. Oscar Diggs (James Franco), um artista de circo trambiqueiro, acaba em um balão e, pego por um furacão, cai na terra de Oz. Lá ele, confundido com o homem salvador previsto por uma profecia, vai conhecer o embate entre as três irmãs bruxas Theodora (Mila Kunis), Evanora (Rachel Weisz) e Glinda (Michelle Williams) e, não sabendo onde a verdade reside, deve descobrir o seu verdadeiro "eu".
A trama fica bem por aí, rasa e com um desenvolvimento leviano de Oz, ainda que mantenha o espectador entretido. O problema principal da película é, na verdade, a falta de identidade. A Disney não teve acesso a muitos dos elementos do Mágico de Oz original (propriedade da Warner), e por isso vive pisando na linha do autorizado e proibido. Não espere portanto a aparição dos sapatinhos de rubi ou um dos 3 acompanhantes de Dorothy no mundo mágico.
Outro coisa que incomoda é a inevitável comparação com Alice. Desde a direção de arte à câmera, todos os quesitos técnicos com o qual o filme poderia ser deslumbrante acaba por ser uma cópia do País das Maravilhas, agora com uma estrada de tijolos. A chegada de Oz é o ponto alto disso, mostrando cenários nada diferentes do que se vê na indústria de efeitos, afastando o espectador da surpresa vivida pelo personagem no momento.
Quem mais sofre mais em meio a tudo isso é, na verdade, Sam Raimi. Interessado desde o início em contar a origem do mágico de Oz, o diretor não consegue manter um estilo próprio em meio à necessidade da Disney de contar uma história diferente com uma produção já testada. É até notável como se tenta ao longo do filme atrair a todos os públicos, dos novos com piadas bobas envolvendo o macaco voador Finley (Zach Braff) aos velhos com o máximo de referências possíveis e o começo todo feito em preto-e-branco e 8mm.
Oz - Mágico e Poderoso não consegue se definir ao final de tudo. Pior, falha em criar laços com o original de 1939. É apenas mais um exemplo de como os filmes que supostamente "tornariam mais adultos" os contos de fada não se sustentam e acabam por ser vantajosos aos cofres das produtoras, ganhando dinheiro às custas da nostalgia.

Nota: 3/10

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