quarta-feira, 19 de junho de 2013

Crítica: The Last of Us

Naughty Dog entrega um último jogo de qualidade antes da nova geração

Por Victor Coelho

O fim da civilização redefiniu a humanidade para sempre. Moral é um conceito para os mortos, e ladrões e assassinos são mais comuns do que pessoas querendo apenas a paz. Tudo isso causado por um vírus que transforma a maior parte da raça humana em zumbis ferozes com um único objetivo: espalhar a infecção. Esse é o mundo cruel criado por The Last Of Us.
Controlado pelo jogador na maioria das vezes, Joel é uma dessas pessoas de bem. Bruto, viveu antes da infecção começar, e portanto em um mundo ainda com esperança, mas agora possui apenas um objetivo: sobreviver. Não importe o que ou quem esteja em seu caminho, ele não confia em ninguém, pois nesse mundo onde tudo pode te matar, dorme-se com um olho aberto toda a noite. Mas depois de uma série de eventos Joel é obrigado a proteger a jovem Ellie.
Nascida seis meses após o começo da infecção, Ellie ainda carrega inocência e curiosidade sobre o mundo anterior ao apocalipse (sua dificuldade em tentar entender como as maiores preocupações da sociedade eram a vestimenta do dia seguinte é um exemplo claro).
Se Joel é o músculo do jogo, Elie é o coração. É algo inesquecível ver a evolução que ambos personagens sofrem durante a historia, o modo como um completa o outro. A maioria dos personagens em The Last of Us são pessoas  brutais e antipáticas, tornando-se difícil sentir algo por qualquer outro ser humano além da dupla protagonista. Ainda sim, essa falta de humanidade nos coadjuvantes serve para mostrar como o fim do mundo mudou a humanidade.

Jogabilidade oscilante

Focado em terceira pessoa, o jogo envolve tanto melee quanto armas de fogo. Pedaços de pau, pés de cabra, bastões de baseball e vários outros objetos espalhados pelo chão podem ser utilizados para se obter kills e execuções  brutais das formas mais variadas. The Last of Us também possui um sistema craft onde se pode criar itens, mas sem muitas complicações. Tem-se 12 recursos diferentes obtidos conforme jogo passa: de pílulas para melhorar o desempenho do personagem a pedaços de metal para aumentar o dano das armas, o jogador pode-se combinar dois, criando itens diferentes (bombas, facas, etc...), mas sem parar o jogo. Além disso, não é possível fazer upgrades em seus personagens ou encontrar grandes quantidades de munição durante as fase, contribuindo para um maior realismo na história ali contada. Prepare-se portanto para usar muitos músculos e furtividade no fim do mundo.
Supreendentemente The Last of Us possui um modo multiplayer que conseguiu incorporar o gameplay e a ideia de sobrevivência do jogo. Com dois modos, criam-se dois times de quatro jogadores prontos para se chacinarem para alimentar sua vila, criada no momento do primeiro login do usuário. Esse talvez seja o maior diferencial do online, pois é necessário jogar partidas e mais partidas para poder conseguir o necessário ao seu grupo de sobreviventes. Quanto mais vitórias, mais tempo de vida é garantido à sua turma, que vai crescendo conforme o maior número de comida conseguida. Mas uma sequência de derrotas pode ser fatal.
Há um problema sério, porém, em pequenos detalhes da jogabilidade. Quando se esbarra em uma garrafa de vidro, o jogador é imediatamente cercado pelos zumbis, que em instantes dilaceram sua vida, apesar dos companheiros de Joel e Ellie estarem o tempo todo gritando e correndo. A inteligência artificial dos monstros também não colabora, permitindo que passe na frente deles sem sequer despertar a atenção de um.
Apesar disso, a destruição mostrada pelos belíssimos gráficos de The Last of Us é sentida conforme passam-se as longas horas de história. A miséria dos personagens, já acostumados com tudo aquilo, causa mal estar no jogador, e aliando-se às memórias dos mortos encontradas durante o percurso e às diversas estruturas sociais dos vários grupos apresentados aumentam a imersividade do game. O conto de Joel e Ellie deixa nessa hora de ser apenas mais um jogo apocalíptico normal e entra para a prateleira de jogos clássicos da Sony, merecendo um tempo para ser dedicado por todo gamer.
Nota: 9/10

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