sábado, 20 de junho de 2015

Crítica: Lava

Curta erra a mão no sentimentalismo e soa piegas.

Por Pedro Strazza.

Chega a ser curioso que a Pixar alcance tanto o auge quanto o fundo do poço em uma mesma projeção de Divertida Mente. Enquanto o longa-metragem de Pete Docter brilha com suas ideias criativas dentro da consciência de uma criança, o curta Lava, que antecede a exibição do filme, se perde em meio ao show água com açúcar que propõe e entrega uma das piores experiências propostas pelo estúdio em seus quase 30 anos de existência.
Dirigido pelo estreante James Ford Murphy, o filme conta a história de Uku (Kuana Torres Kahele), um vulcão havaiano que vive solitário em uma ilha onde todos os casais animais se encontram para se apaixonar. Apesar de levar uma vida tranquila e ficar feliz de servir para um propósito tão bonito, Uku se sente triste em nunca encontrar um par para si. Mas tudo muda quando uma "vulcoa" chamada Lele (Napua Greig) começa a nascer no fundo do oceano.
Contado em milhares de anos, Lava soa do começo ao fim piegas. A canção que dá título ao curta e entoada pelos dois personagens é genérica a ponto de em muitos momentos lembrar a versão em ukelele de "Somewhere Over the Rainbow", arrancando do instrumento havaiano todo e qualquer tipo de sentimentalismo barato. Para piorar, o conto não traz nada muito criativo, pois se restringe a emular clichês do gênero para dar tom à concepção fofinha da produção.
Embora seja bastante parecido em objetivo e execução a O Guarda-Chuva Azul, curta que antecedeu as exibições de Universidade Monstros, Lava se sai muito pior à história de amor entre guarda-chuvas por querer criar algo dez vezes mais meloso. A Pixar já provou que sabe contar histórias sobre quaisquer tipos de objetos e seres, mas aqui demonstra que nem tudo pode se tornar interessante em suas mãos.

Nota: 3/10

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