quarta-feira, 1 de julho de 2015

Não Perda!: Junho/2015

Da vida íntima aos lugares escuros, os grandes filmes de pouco destaque dos últimos trinta dias.

Por Pedro Strazza.

O mês acabou, e está na hora de ver aqueles lançamentos legais que ninguém viu porque "Não deu tempo..." ou "Não quis me arriscar com isso!" ou até "Ah, deve ser perda de tempo"... mas que deveriam ter sido vistos mesmo assim. No Não Perda! de junho de 2015 - também conhecido como "o mês que causou com Jurassic World e fez chorar com Divertida Mente" - temos:

  • Casadentro

Filme que marca a estreia da diretora peruana Joanna Lombardi, Casadentro parte de uma narrativa intimista para falar de um tema universal. Situado na casa de uma senhora de idade, a obra aproveita de um período curto de tempo (menos de dois dias) para a partir da peculiar relação parental apresentada e dos eventos mostrados explicitar o peso da maternidade na vida das mulheres, seja no começo, meio ou fim de sua relação com os filhos. Casadentro é um filme sutil, que delineia suas problemáticas com paciência o suficiente para demarcar a dor causada por estas a seus indivíduos.

Enquanto Lombardi prefere passar sua mensagem pelo meio subjetivo, Paul Feig é daqueles que joga na cara do público seus objetivos. Depois de Missão Madrinha de Casamento e As Bem Armadas, o diretor aquece seus motores para o novo capítulo dos Caça-Fantasmas com este A Espiã que Sabia de Menos, sátira escrachada de todos os valores masculinizantes da espionagem e que é liderado por uma Melissa McCarthy cada dia mais afiada. E em meio a toda uma tiração de sarro pra cima do subgênero e seus clássicos o questionamento da posição feminina surge, pronto para estraçalhar aqueles que figurem a mulher como vítima ou femme fatale descerebrada.

Um ano depois de ver sua obra mais conhecida tomar as telas de cinema, a autora Gillian Flynn tem mais um de seus livros transformado em filme. Com forte elenco encabeçado por Charlize Theron, Lugares Escuros traz uma gama de temas e estruturas similares à de Garota Exemplar, mas também consegue trazer para a mesa novos olhares e ideias para a desconstrução institucional que realiza. Não se irrite com o desfecho fraco, portanto; o que realmente interessa aqui está nas entrelinhas do mistério a ser desvendado.

  • Sangue Azul

Aproveitando-se da diversidade de mitos e lendas da ilha de Fernando de Noronha e da própria mítica do circo, o diretor Lírio Ferreira concebeu em Sangue Azul uma história com pés nas dores do passado. Do retorno de um homem-bala à cidade ilhada que nasceu e viveu seus primeiros anos e dos efeitos que o lar tem na trupe circense que integra, o filme realiza uma bela jornada de reencontro com o verdadeiro eu, potencializada por uma narrativa fluida e nebulosa que ajuda a configurar o clima mágico do local onde a trama se passa.

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